ALMAS ESPECIAIS

DIVULGUEM - Associação Mineira de Hipertensão Pulmonar

29 agosto 2011

Hoje 29 de agosto é o dia nacional de combate ao cigarro





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O tabaco é a segunda droga mais consumida entre os jovens, no mundo e no Brasil, e isso se deve às facilidades e estímulos para obtenção do produto, entre eles o baixo custo.

Todo o marketing é voltado para atrair um publico cada vez mais jovem. É uma variedade grande de sabores e aromas, para este alcance é adicionado mais aditivos químicos que potencializam os danos a saúde. Todo este arsenal de sabores (Açúcar, mel, cereja, tutti-frutti, menta, baunilha e chocolate, entre outros) visa, apenas, facilitar a primeira tragada e assim causar dependência cada vez mais cedo.

Não se enganem pelos sabores e aromas, pois muitos dos aditivos, inclusive o açúcar, ao serem queimados durante o ato de fumar, se transformam em substâncias altamente tóxicas e cancerígenas.

Segundo a (OMS) Organização Mundial de Saúde o tabagismo é considerado a principal causa de morte evitável no mundo. O tabagismo mata, no mundo, aproximadamente 10 mil pessoas por dia.

O pior é que este mal não afeta apenas os seus dependentes, pois ele causa danos, também, nos indivíduos não-fumantes que convivem no mesmo ambiente que os fumantes. O tabagismo passivo é a 3º causa de morte evitável no mundo.

O ar poluído contém, em média, três vezes mais nicotina, três vezes mais monóxido de carbono, e até cinqüenta vezes mais substâncias cancerígenas do que a fumaça que entra pela boca do fumante depois de passar pelo filtro do cigarro.

A absorção da fumaça do cigarro por aqueles que convivem em ambientes fechados com fumantes causa:


1 - Em adultos não-fumantes: O risco aumenta conforme o tempo de exposição à fumaça. Aumenta em 30% o risco de câncer de pulmão e 24% o de infarto do coração, do que os não fumantes que não se expõem.

2 - Em crianças: aumenta a freqüência de resfriados e infecções do ouvido médio; Risco maior de doenças respiratórias como pneumonia, bronquites e exarcebação da asma.

3 - Em bebês: Um risco 5 vezes maior de morrerem subitamente sem uma causa aparente (Síndrome da Morte Súbita Infantil); Maior risco de doenças pulmonares até 1 ano de idade, proporcionalmente ao número de fumantes em casa.

PARE AGORA
As estatísticas revelam que os fumantes comparados aos não fumantes apresentam um risco:

• 10 vezes maior de adoecer de câncer de pulmão
• 5 vezes maior de sofrer infarto
• 5 vezes maior de sofrer de bronquite crônica e enfisema pulmonar
• 2 vezes maior de sofrer derrame cerebral.

Se parar de fumar agora...
• após 20 minutos sua pressão sangüínea e a pulsação voltam ao normal;
• após 2 horas não há mais nicotina no seu sangue;
• após 8 horas o nível de oxigênio no sangue se normaliza;
• após 2 dias seu olfato já percebe melhor os cheiros e seu paladar já degusta a comida melhor;
• após 3 semanas a respiração fica mais fácil e a circulação sanguínea melhora;
• após 10 anos o risco de sofrer infarto do coração será igual ao de quem nunca fumou, e o risco de desenvolver câncer de pulmão cai à metade;
• após 20 anos o risco de desenvolver câncer de pulmão será quase igual ao de quem nunca fumou.

Procure o serviço de saúde e peça ajuda e PARE DE FUMAR.
REFERENCIAS

Ministério da saúde. INCA – Instituto Nacional do Câncer. Programa nacional de combate ao tabagismo. Disponível em: http://www.inca.gov.br/tabagismo/.

World Health Organization. Strengthening national capacity for tobacco control. Disponivel em: http://www.who.int/tobacco/training/en/.


 

ECG - Eletrocardiograma INTERATIVO - Aprenda brincando

Encontrei estes sites no Gloogle, sobre ECG, neles vocês poderão estudar e testar seus conhecimentos. Foi criado por SKILLSTAT. Muito bom!!


http://www.skillstat.com/simECG_esp.html

http://www.skillstat.com/triviaCardiaca.html

http://www.skillstat.com/heartscape_esp1.html

28 agosto 2011

Por que engordamos?

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A maioria das pessoas com certeza tem a resposta na ponta da língua: engordamos porque comemos mais do que o nosso corpo precisa para obter energia. Pois é, não é tão simples assim.

Hoje já se sabe que são vários os fatores que leva uma pessoa a engordar, como:

Fatores genéticos – a predisposição genética faz com que a pessoa acumule gordura com mais facilidade. Isto pode ocorrer mais cedo, na infância ou adolescência ou mais tarde já na fase adulta.

Comportamento familiar – se a família não possui hábitos alimentares saudáveis, isto com certeza facilita o ganho de peso.

Estilo de vida sedentário – a falta de exercício condiciona a um gasto menor de energia e ainda faz com que o metabolismo funcione mais lentamente. Quanto menos energia for gasta, maior será o aculo de energia na forma de gordura.

Não manter uma rotina alimentar regular – o nosso organismo é inteligente e por isso não adianta tentar aquelas dietas mirabolantes. Pular refeições ou ficar intervalos longos sem se alimentar, isto só favorece o ganho de peso.

Comer mais do que precisa – muitos comem como se o mundo fosse acabar naquele momento e o pior, come alimentos sem nenhum valor nutricional. O resultado, gordura acumulada.

O IMC - Índice de massa corpórea, é utilizado como medida para se determinar se uma pessoa está abaixo, em seu peso ideal, ou acima do peso. Calcule o seu IMC e compare com os índices e veja como você esta.


IMC CLASSIFICAÇÃO
Abaixo de 18.4 Abaixo do peso
18.5 – 24.9 Peso normal
25.0 - 29.9 Sobrepeso
30.0 - 34.9 Obesidade Grau I
35.0 - 39.9 Obesidade Grau II

Acima de 40 Obesidade Grau III

Para fazer o cálculo do IMC basta dividir seu peso em quilogramas pela altura ao quadrado (em metros).

Por exemplo, se você pesa 58Kg e mede 1,56m, você deve utilizar a seguinte fórmula para calcular o IMC:

IMC: 58/1,56x1,56
IMC: 58/2,43
IMC = 23,86 – Parabéns você está em seu peso normal

Fique atenta(o), também, a sua circunferência abdominal, pois apesar de estar em seu peso normal, uma circunferência abdominal fora do indicado pode favorecer ao aparecimento de doenças, como por exemplo o infarto agudo do miocárdio.

A circunferência abdominal é um método simples e representativo da gordura acumulada no abdômen. Representa quando associada a outros fatores como, diabetes, hipertensão, colesterol e triglicerides alto e obesidade, alto risco para desenvolver a síndrome metabólica. A SÍNDROME METABÓLICA (SM) caracteriza-se pela associação, num mesmo indivíduo, de dislipidemia, diabetes mellitus do tipo 2 ou intolerância à glicose, hipertensão arterial e excesso de peso ou obesidade.

Esta medida é facilmente realizada: utilizando uma fita métrica não elástica, a circunferência abdominal é medida na altura da cicatriz umbilical (umbigo).

Após realizar a medica veja se você esta correndo algum risco:

Homens: >102 cm
Mulheres: > 88 cm

Com o culto a beleza muitas vezes ditada pelos estereótipos das passarelas de moda, surgem no mercado inúmeras dietas com promessas de perda de peso rápida e saudável, mas não se enganem uma dieta saudável e sem a ocorrência daquele indesejável efeito sanfona é aquela obtida através do acompanhamento médico e associada com exercícios físicos, quando recomendado.

De acordo com o Endocrinologista Dr. Guilherme de Azevedo Ribeiro, autor do livro Dieta Nota 10, que acompanha diversas atrizes famosas, o diferencial, da dieta das notas, é a liberdade para montar o próprio cardápio. As escolhas são baseadas no gosto de cada um. Nenhum alimento é proibido. Dentre as famosas está à atriz Carolina Dieckmann que eliminou 30 Kg adquiridos na gravidez, graças à dieta das notas,

Segundo a dieta, cada alimento possui um determinado número de notas. E cada pessoa, dependendo da altura e sexo, deve consumir um determinado número de notas para conseguir perder peso.

Ainda, de acordo com o endocrinologista, você pode comer de tudo e perder os quilos que deseja. Porque emagrecer é simples, apesar de não ser fácil. Emagrecer, e se manter no peso ideal, exigem mudar os hábitos alimentares. E, até que os novos hábitos se transformem em nova rotina, a disciplina é fundamental.

Vale ressaltar que existem varias dietas no mercado, mas nenhuma delas substitui o acompanhamento de um profissional de saúde, ou seja, hábitos alimentares saudáveis e exercício físico.

Acesse o livro Dieta nota 10: http://images.sabrinamix.multiply.multiplycontent.com/attachment/0/R4pdegoKCrIAABUQBO41/Dieta_Nota_10.pdf?nmid=77447619


Referencias


FREITAS, Marcos S.M.. Por que engordamos. Disponível em: http://www.drmarcossandoval.com/livro/Livro_-_Tudo_o_que_voce_precisa_Saber_-_Capitulo_3_web.pdf.


HCOR – Hospital do coração. Saiba como classificar sua circunferência abdominal. Disponível em: http://www.hcor.com.br/nutricao/circunferencia_abdominal.asp.

MATOS, Amélio F. Godoy; MOREIRA, Rodrigo O.; GUEDES, Erika P.. Aspectos neuroendócrinos da Síndrome metabólica. Arq Bras Endocrinol Metab , São Paulo, v. 47, n. 4, agosto 2003. Disponível em .

RIBEIRO, Guilherme de Azevedo. 5ªed. Dieta nota 10: comer e emagrecer é mais simples do que se imagina / Guilherme de Azevedo Ribeiro. - 5ªed. – Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006. Disponível em: http://images.sabrinamix.multiply.multiplycontent.com/attachment/0/R4pdegoKCrIAABUQBO41/Dieta_Nota_10.pdf?nmid=77447619

27 agosto 2011

INSUFICIENCIA RENAL AGUDA - IRA

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1.0 Introdução



A Insuficiência renal aguda (IRA) é freqüentemente observada em pacientes internados e sua prevalência está aumentando, principalmente na população idosa, com múltiplas comorbidades e em pacientes com doenças consideradas graves como neoplasia, cardiopatias, diabetes mellitus entre outras. Ela representa uma condição clínica causada pela diminuição ou perda da capacidade de manutenção dos equilíbrios ácido-base e hidroeletrolítico.
A IRA é convenientemente dividida em três categorias: IRA pré-renal (55% dos casos), causada por hipoperfusão renal sem dano ao parênquima renal; IRA intrínseca (40% dos casos), causada por isquemias e nefrotoxinas; IRA pós-renal (5% dos casos) causada por obstrução do trato urinário.
Apesar do progresso terapêutico e tecnológico observado nos últimos anos, o prognóstico da IRA permanece sombrio. Ela é considerada uma complicação freqüente nas unidades de terapia intensiva (UTI) e seu diagnóstico tardio repercutem em elevada mortalidade.
Sabidamente, as manifestações clínicas da IRA são incipientes, silenciosas e se confundem com sinais clínicos de diversas outras morbidades, sendo freqüentemente percebidas quando constatadas alterações em exames laboratoriais de rotina, como a uréia e principalmente a creatinina.
Elevações nos níveis séricos da creatinina são atualmente os sinais mais indicativos de comprometimento da função renal. Apesar de representar a principal estratégia de identificação dessa patologia, a creatinina é considerada um teste específico, entretanto tardio, pouco sensível e impreciso. Ela se altera apenas quando já existe perda de aproximadamente 50% da função renal. O relativo descompasso da creatinina com o real estado funcional e sua baixa sensibilidade e especificidade se traduzem em diagnóstico tardio e tratamento mais tardio ainda, medidas de prevenção próxima de zero e, por fim, alta mortalidade. Tal panorama tem deixado marcas precisas na epidemiologia da IRA.

2.0 Rins


Rim é cada um dos dois órgãos excretores, em forma de feijão (tendo no ser humano, aproximadamente 11 cm de comprimento, 5 cm de largura e 3 cm de espessura. Os rins filtram dejetos (especialmente uréia) do sangue, e os excretam, com água, na urina; a urina sai dos rins através dos ureteres, para a bexiga.

Em humanos, os rins estão localizados na região posterior do abdome, atrás do peritônio, motivo pelo qual são chamados de órgãos retroperitoneais. ( ) Existe um rim em cada lado da coluna; o direito encontra-se logo abaixo do fígado e o esquerdo abaixo do baço. Em cima de cada rim encontramos a glândula adrenal. Os rins estão, aproximadamente, no mesmo nível que as vértebras T12 a L3. ( ) Cada rim possui a forma de um grão de feijão com duas faces (anterior e posterior), duas bordas (medial e lateral) e dois pólos ou extremidades (superior e inferior). (...) Na borda medial encontra-se o hilo, por onde passam o ureter, artéria e veia renal, linfáticos e nervos.
Os rins estão envolvidos em toda sua superfície por um tecido fibroso fino chamado cápsula
renal. Ao redor do rim existe um acúmulo de tecido adiposo chamado gordura perirrenal. (...)
No corte sagital mediano, que divide o rim em duas partes, é possível reconhecer o córtex renal, uma camada mais externa e pálida, e a medula renal, uma camada mais interna e escura. ( ) O córtex emite projeções para a medula denominadas colunas renais, que separam porções cônicas da medula chamadas pirâmides. As pirâmides têm bases voltadas para o córtex e ápices voltados para a medula, sendo que seus ápices são denominados papilas renais. É na papila que desembocam os ductos coletores pelos quais a urina escoa atingindo a pelve renal e o ureter. ( ) A pelve é a extremidade dilatada do ureter e está dividida em dois ou três tubos chamados cálices maiores, os quais se subdividem em um número variado de cálices menores. Cada cálice menor apresenta um encaixe em forma de taça com a papila renal.

2.1 Vascularização

Os rins são supridos pela artéria renal, que se origina da aorta. (...) A artéria renal divide-se no hilo em um ramo anterior e um ramo posterior. Estes se dividem em várias artérias segmentares que irão irrigar vários segmentos do rim. (...) Essas artérias, por sua vez, dão origem às artérias interlobares, que na junção córtico-medular dividem-se para formar as artérias arqueadas e, posteriormente as artérias interlobulares. Dessas artérias surgem as arteríolas aferentes, as quais sofrem divisão formando os capilares dos glomérulos, que em seguida, confluem-se para forma a arteríola eferente. A arteríola eferente dá origem aos capilares peritubulares e as arteríolas retas, responsáveis pelo suprimento arterial da medula renal.
A drenagem venosa costuma seguir paralelamente o trajeto do sistema arterial. ( ) O sangue do córtex drena para as veias arqueadas e destas para as veias interlobares, segmentares, veia renal e finalmente veia cava inferior. (...) No córtex, há numerosos linfáticos que drenam para a cápsula ou junção córticomedular. Na medula, os linfáticos correm do ápice das pirâmides para a junção córticomedular, onde formam linfáticos arqueados que acompanham os vasos sangüíneos até o hilo para drenar em linfonodos para-aórticos.

2.2 Inervação

As fibras simpáticas alcançam o rim através do plexo celíaco. Essas fibras envolvem e seguem os vasos arteriais através do córtex e medula. (...) As fibras para a sensibilidade dolorosa alcançam a medula espinhal pelos nervos esplâncnicos ou pelas raízes dorsais dos nervos espinhais de T12 a L2.

2.3 Funções renais

Uma função renal adequada é vital porque os rins contribuem para a manutenção do meio interno e é local da síntese e degradação de moléculas essenciais para o organismo.

2.3.1 Funções homeostáticas

Regulação do volume plasmático e do equilíbrio hidrolítico (importante determinante da pressão sanguínea);
Regulação da osmolalidade sanguínea;
Manutenção do equilíbrio electrolítico (Na+, K+, Cl-, Ca2+, Mg2+, SO42-, PO42-);
Regulação do equilíbrio ácido-base (regula o pH sanguíneo);
Excreção de metabolitos (ex: uréia, ácido úrico, creatinina).

2.3.2 Funções bioquímicas

Produção de hormonas:
Eritropoietina (estimula a produção de eritrócitos pela medula óssea);
Renina (enzima que catalisa a produção de Angiotensina);
Calcitriol (forma biologicamente ativa da vitamina D);
Produção de substâncias bioativas (ex. prostaglandinas, adenosina, endotelina, NO, bradicinina, fator de crescimento epidérmico, fator de crescimento tipo insulina);
Síntese de glicose (gluconeogénese), angiotensinogénio e amônia;
Metabolismo de algumas substâncias (ex. insulina).

2.4 Fisiologia renal


O sangue chega ao rim através da artéria renal, que se ramifica muito no interior do órgão, originando grande número de arteríolas aferentes, onde cada uma ramifica-se no interior da cápsula de Bowman do néfrom, formando um enovelado de capilares denominado glomérulo de Malpighi. Os capilares do glomérulo deixam extravasar diversas substâncias presentes no sangue (água, uréia, glicose, aminoácidos, sais e diversas moléculas de tamanho pequeno), através de suas finas paredes.

2.4.1 Função do néfron

A função essencial do néfron consiste em depurar o plasma sanguíneo das substâncias que devem ser eliminadas do organismo. O néfron filtra uma grande proporção do plasma sanguíneo através da membrana glomerular. Cerca de 1/5 do volume que atravessa o glomérulo é filtrado para a cápsula de Bowman que coleta o filtrado glomerular. Em seguida, à medida que o filtrado glomerular atravessa os túbulos, as substâncias necessárias, como a água e grande parte dos eletrólitos são reabsorvidas, enquanto as demais substâncias, como uréia, creatinina e outras, não são reabsorvidas. A água e as substâncias reabsorvidas nos túbulos voltam aos capilares peritubulares para a circulação venosa de retorno, sendo lançadas nas veias arqueadas, e finalmente, na veia renal. Uma parte dos produtos eliminados pela urina é constituída de substâncias que são secretadas pelas paredes dos túbulos e lançadas no líquido tubular. A urina formada nos túbulos é constituída por substâncias filtradas do plasma e pequenas quantidades de substâncias secretadas pelas paredes tubulares.
O fluxo sanguíneo através dos rins corresponde, em média, à aproximadamente 20% do débito cardíaco, podendo variar, mesmo em condições normais.
(...). O fluxo sanguíneo renal é muito maior que o necessário para o simples suprimento de oxigênio. Cerca de 90% do fluxo sanguíneo renal são distribuídos pela camada cortical, onde abundam os glomérulos e, apenas 10% se distribuem pela região medular. Os rins possuem um eficiente mecanismo de auto-regulação que permite regular o fluxo de sangue e, através dele, regular a filtração glomerular. (...). A resistência vascular renal se ajusta automaticamente às variações na pressão de perfusão renal. As arteríolas aferentes e eferentes são influenciadas por muitos dos estímulos nervosos e hormonais vasculares, embora sua resposta dependa das necessidades renais e seja moderada pelos mecanismos auto-regulatórios. A membrana glomerular possui três camadas principais: uma camada endotelial, do próprio capilar, uma camada ou membrana basal e uma camada de células epiteliais na face correspondente à cápsula de Bowman. Apesar da presença das três camadas, a permeabilidade da membrana glomerular é cerca de 100 a 1.000 vezes maior do que a permeabilidade do capilar comum. A fração de filtração glomerular é de aproximadamente 125 ml/minuto. Em 24 horas são filtrados aproximadamente 180 litros de líquido por todos os glomérulos (filtrado glomerular), para formar de 1 a 1,5 litros de urina, o que demonstra a enorme capacidade de reabsorção dos túbulos renais. O líquido reabsorvido nos túbulos passa para os espaços intersticiais renais e daí para os capilares peritubulares. Para atender a essa enorme necessidade de reabsorção, os capilares peritubulares são extremamente porosos.
A grande permeabilidade da membrana glomerular é dependente da estrutura daquela membrana e das numerosas fendas e poros existentes, cujo diâmetro permite a livre passagem das pequenas moléculas e impedem a filtração das moléculas maiores, como as proteínas.
O filtrado glomerular possui aproximadamente a mesma composição do plasma, exceto em relação às proteínas. Existem no filtrado glomerular, diminutas quantidades de proteínas, principalmente as de baixo peso molecular, como a albumina.

2.4.2 Filtração glomerular

A filtração do plasma nos glomérulos obedece às diferenças de pressão existentes no glomérulo. A pressão nas artérias arqueadas é de aproximadamente 100 mmHg. As duas principais áreas de resistência ao fluxo renal através do néfron são as arteríolas aferente e eferente. A pressão de 100 mmHg na arteríola aferente, cai para uma pressão média de 60 mmHg nos capilares do glomérulo, sendo esta a pressão que favorece a saída do filtrado do plasma para a cápsula de Bowman. A pressão no interior da cápsula de Bowman é de cerca de 18 mmHg. Como nos capilares glomerulares 1/5 do plasma filtra para o interior da cápsula, a concentração de proteínas aumenta cerca de 20% à medida que o sangue passa pelos capilares do glomérulo, fazendo com que a pressão coloidosmótica do plasma se eleve de 28 para 36 mmHg, com um valor médio de 32 mmHg, nos capilares glomerulares.
A pressão no interior da cápsula de Bowman e a pressão coloidosmótica das proteínas do plasma são as forças que tendem a dificultar a filtração do plasma nos capilares glomerulares. Dessa forma a pressão efetiva de filtração nos capilares glomerulares é de apenas 10 mmHg, ou seja, a diferença entre a pressão arterial média nos capilares (60 mmHg) e a soma da pressão da cápsula de Bowman com a pressão coloidosmótica do plasma.
A membrana capilar glomerular tem poros de aproximadamente 30 angstroms de diâmetro e, portanto, partículas de maiores dimensões, podem atravessar esses poros. Seu peso molecular é da ordem de 80.000 a 90.000 daltons.
A destruição normal de hemácias produz uma pequena quantidade de hemoglobina livre no plasma sanguíneo. Os glomérulos dispõem de um mecanismo especial capaz de manter essas pequenas quantidades de hemoglobina livre em concentrações de aproximadamente 5%. Se a destruição de hemácias aumenta e gera concentrações de hemoglobina elevadas (100-125 mg%), os mecanismos glomerulares de processamento da hemoglobina se esgotam e ocorre a filtração para a urina. Como a hemoglobina filtrada não é reabsorvida, esse pigmento protéico aparece na urina; é a hemoglobinúria. Portanto, quando a hemoglobina aparece na urina significa que houve uma grande quantidade de destruição de hemácias.
Diversos fatores podem afetar a filtração glomerular. O fluxo sanguíneo renal aumentado pode aumentar o coeficiente de filtração e a quantidade final de urina produzida. O grau de vasoconstrição das arteríolas aferentes dos glomérulos faz variar a pressão glomerular e conseqüentemente a fração de filtração glomerular. O mesmo ocorre na estimulação simpática neurogênica ou através de drogas simpáticas como a adrenalina, por exemplo. O estímulo pela adrenalina produz constrição intensa das arteríolas aferentes, com grande redução da pressão nos capilares glomerulares que podem reduzir drasticamente a filtração do plasma e conseqüente formação de urina.

2.4.3 Reabsorção tubular

O filtrado glomerular que alcança os túbulos do néfrons flui através do túbulo proximal, alça de Henle, túbulo distal e canal coletor, até atingir a pelve renal. Ao longo desse trajeto mais de 99% da água filtrada no glomérulo é reabsorvida, e o líquido que penetra na pelve renal constitui a urina propriamente dita. O túbulo proximal é responsável pela reabsorção de cerca de 65% da quantidade de água filtrada nos capilares glomerulares, sendo o restante reabsorvido na alça de Henle e no túbulo distal. A glicose e os aminoácidos são quase inteiramente reabsorvidos com a água enquanto outras substâncias, por não serem reabsorvidos nos túbulos, tem a sua concentração no líquido tubular aumentada em cerca de 99 vezes. A reabsorção da glicose exemplifica bem os mecanismos de reabsorção de determinadas substâncias dentro dos túbulos renais. Normalmente não existe glicose na urina ou no máximo, existem apenas ligeiros traços daquela substância, enquanto no plasma a sua concentração oscila entre 80 e 120 mg%. Toda a glicose filtrada é rapidamente reabsorvida nos túbulos. À medida que a concentração plasmática de glicose se aproxima dos 200 mg%, o mecanismo reabsortivo é acelerado até atingir o ponto máximo, em que a reabsorção se torna constante, não podendo ser mais aumentada. Esse ponto é chamado limiar de reabsorção da glicose. Acima do valor plasmático de 340 mg%, a glicose deixa de ser completamente absorvida no sistema tubular e passa para a urina, podendo ser facilmente detectada pelos testes de glicosúria.
Os produtos terminais do metabolismo, como a uréia, creatinina e uratos tem outro tratamento nos túbulos renais. Apenas quantidades moderadas de uréia, aproximadamente 50% do total filtrado, são reabsorvidas nos túbulos enquanto a creatinina não é reabsorvida. Os uratos são reabsorvidos em cerca de 85%, da mesma forma que diversos sulfatos, fosfatos e nitratos. Como todos são reabsorvidos em muito menor proporção que a água, a sua concentração aumenta significativamente na urina formada.
A reabsorção nos túbulos renais obedece à diferença de concentração das substâncias entre o espaço intersticial peritubular e os vasos retos peritubulares. A reabsorção de água é dependente da reabsorção de íon sódio, que é o soluto mais reabsorvido nos túbulos renais.
Existem ainda dois mecanismos de intercâmbio muito importantes. O primeiro se refere à troca de íon sódio (Na+) pelo íon hidrogênio (H+), nos túbulos, como parte dos mecanismos de regulação renal do equilíbrio ácido-básico. Quando há necessidade de eliminar íon hidrogênio, os túbulos secretam ativamente o hidrogênio para a luz, dentro do filtrado e, em troca, para manter o equilíbrio iônico absorvem o íon sódio. O outro mecanismo de intercâmbio corresponde à reabsorção de íons cloreto (Cl-) quando há necessidade de se eliminar ácidos orgânicos pelo mecanismo de secreção tubular.
Os mecanismos de transporte na reabsorção tubular podem ser ativos ou passivos, dependendo da necessidade de utilizar energia celular para a sua realização. O sódio, a glicose, os fosfatos e os aminoácidos estão entre as substâncias cujo transporte é feito com utilização de energia celular, transporte ativo, enquanto o transporte da água, uréia e cloretos não necessita consumir a energia das células (transporte passivo).

2.4.4 Secreção tubular

A secreção tubular atua em direção oposta à reabsorção. As substâncias são transportadas do interior dos capilares para a luz dos túbulos, de onde são eliminadas pela urina. Os mecanismos de secreção tubular, à semelhança dos mecanismos de reabsorção, podem ser ativos ou passivos, quando incluem a utilização de energia pela célula para a sua execução ou não. Os processos de secreção mais importantes estão relacionados à secreção tubular de íon hidrogênio, potássio e amônia. Determinadas substâncias são eliminadas do organismo pelos mecanismos de secreção tubular, após metabolização no fígado.
Os processos de reabsorção e de secreção ativa dos túbulos distais são influenciados por hormônios, pela quantidade total de solutos, pela dieta, pelo equilíbrio ácido-base e pelo fluxo do filtrado.

3.0 Diuréticos osmóticos

O manitol é uma substância que quando injetada na circulação, pode atravessar facilmente os poros da membrana glomerular, sendo inteiramente filtrada pelos glomérulos. Suas moléculas, contudo, não são reabsorvidas nos túbulos renais e a sua presença no líquido dos túbulos gera uma sobrecarga osmótica importante. Essa pressão osmótica elevada no interior dos túbulos impede a reabsorção da água, fazendo com que grandes quantidades de filtrado glomerular atravessem os túbulos e sejam eliminados como urina.
Níveis muito elevados de glicose no sangue produzem uma diurese osmótica semelhante à do manitol.

4.0 Insuficiência renal aguda – IRA


A Insuficiência Renal Aguda (IRA) é uma síndrome caracterizada pelo rápido declínio da função renal (horas ou semanas) com conseqüente retenção sérica de produtos nitrogenados, tais como uréia e creatinina, tendo caráter potencialmente reversível após controle do fator desencadeante. Ocorre em aproximadamente 5% dos pacientes internados em hospitais terciários e em até 30% em pacientes de UTI (Unidade de Terapia Intensiva). (...) É consenso na literatura que a IRA é um fator de risco independente de mortalidade, estando também associada a um maior período de hospitalização dos sobreviventes. Apesar dos avanços ocorridos no manejo destes pacientes, principalmente em relação ao tratamento dialítico, a mortalidade permanece em torno de 50% dos casos, podendo chegar a 80% em UTI. Pacientes com doenças cardíacas apresentam risco elevado de IRA, principalmente devido ao comprometimento hemodinâmico, uso de contrastes endovenosos, cateterização arterial com risco de ateroembolismo e o uso freqüente de inibidores da enzima de conversão da angiotensina (...).
A presença de condições que determinem hipoperfusão e isquemia renal estão diretamente relacionadas com o desenvolvimento de IRA e os pacientes que apresentam redução da reserva funcional renal, em que há redução na taxa de filtração glomerular sem elevação dos níveis séricos de creatinina acima dos valores normais, são mais susceptíveis a desenvolver IRA mesmo com lesões renais de pequena monta. Fatores pré-operatórios e intra-operatórios tais como idade, nível prévio de creatinina, presença de diabetes mellitus, hipertensão arterial, débito cardíaco, tempo de circulação extracorpórea e uso de balão intra-aórtico influenciam o desenvolvimento de IRA (...).

4.1 Uréia e creatinina plasmáticas

Sob circunstâncias normais, a relação entre uréia e creatinina plasmáticas gira em torno de 10-15:1. Como a IRA pré-renal aumenta a difusão retrógrada da uréia filtrada e não da creatinina, a depuração de uréia cai rapidamente em relação à depuração da creatinina. Essa desproporção, que pode atingir níveis de até 60:1, é fortemente sugestiva de azotemia pré-renal. Entretanto, na presença de NTA (necrose tubular aguda) a queda das depurações de ambas as substâncias são semelhantes de tal maneira que as elevações dos seus níveis plasmáticos fazem retornar a relação para 10-15:1. É interessante ressaltar que o aumento desproporcional da uréia pode ocorrer na NTA quando há sangramento gastrintestinal, sepse e terapia com tetraciclina, fazendo a relação voltar a ter valores elevados pela uréia.

4.2 Principais causas

A insuficiência renal aguda pode ocorrer em decorrência de qualquer condição que diminua o suprimento sangüíneo aos rins, que obstrua o fluxo de urina após ela haver deixado os rins ou que lesa os rins. As substâncias tóxicas podem lesar os rins. Essas substâncias tóxicas podem ser medicamentos/drogas, venenos, cristais precipitados na urina e anticorpos que reagem contra os rins, conforme a seguir:

4.2.1 Suprimento sanguíneo insuficiente aos rins - Sangue insuficiente devido a uma perda de sangue, à desidratação ou a uma lesão física que obstrui os vasos sangüíneos; O bombeamento cardíaco é muito fraco (insuficiência cardíaca); Pressão arterial extremamente baixa (choque); Insuficiência hepática (síndrome hepatorrenal).

4.2.2 Obstrução do fluxo urinário - Próstata aumentada de tamanho; Tumor comprimindo o trato urinário.

4.2.3 Lesões no interior do rim - Reações alérgicas (p.ex., contrastes utilizados em estudos radiográficos);
Substâncias tóxicas; Distúrbios que afetam as unidades de filtração (néfrons) dos rins; Artérias ou veias obstruídas no interior dos rins; Cristais, proteínas ou outras substâncias nos rins.

4.3 Classificação


A IRA é convenientemente dividida em três categorias: IRA pré-renal (55% dos casos), causada por hipoperfusão renal sem dano ao parênquima renal; IRA intrínseca (40% dos casos), causada por isquemias e nefrotoxinas; IRA pós-renal (5% dos casos) causada por obstrução do trato urinário; conforme a seguir:

4.3.1 Pré-renal - Contração do volume intravascular; hipotensão; insuficiência cardíaca; insuficiência hepática.

4.3.2 - Insuficiência Renal Intrínseca - Necrose tubular aguda (isquemia prolongada, agentes nefrotóxicos como metais pesados, aminoglicosídeos, contrastes radiológicos); Lesão arteriolar (hipertensão arterial acelerada; vasculite; doenças microangiopáticas (púrpura trombocitopênica, síndrome hemolítico-urêmica); Glomerulonefrite; Nefrite intersticial aguda (induzida por drogas); Depósitos intrarenais (ex: ac.úrico); Embolização por colesterol (ex: pós-angioplastia).

4.3.3 Pós-renal - Obstrução ureteral (cálculo, tumor, compressão externa); obstrução vesical (bexiga neurogênica, hipertrofia prostática, carcinoma, cálculo, estenose uretral, coágulo).

4.4 Sintomas

Os sintomas dependem da gravidade da insuficiência renal, de sua velocidade de progressão e de sua causa básica.
A condição que acarreta a lesão renal, freqüentemente produz sintomas graves não relacionados aos rins. Por exemplo, a febre alta, o choque, a insuficiência cardíaca e a insuficiência hepática podem ocorrer antes da insuficiência renal e podem ser mais graves que qualquer um dos sintomas da insuficiência renal. Algumas das condições que causam insuficiência renal aguda também afetam outras partes do corpo. Por exemplo, a granulomatose de Wegener, a qual lesa os vasos sangüíneos renais, também pode lesar vasos sangüíneos pulmonares, acarretando a tosse com expectoração sanguinolenta. As erupções cutâneas são típicas de algumas causas de insuficiência renal aguda como, por exemplo, a poliarterite, o lúpus eritematoso sistêmico e algumas drogas tóxicas.
A hidronefrose pode causar insuficiência renal aguda em decorrência da obstrução do fluxo urinário. O refluxo da urina para o interior do rim faz com que a área coletora de urina (pelve renal) distenda, causando uma dor tipo cólica de intensidade variável (de leve a excruciante), normalmente localizada no flanco. Aproximadamente 10% dos indivíduos apresentam sangue na urina.

4.5 Diagnostico

(...) A dosagem da concentração de creatinina e de uréia no sangue (produtos da degradação metabólica presentes no sangue que são normalmente eliminados pelos rins) ajudam a ratificar o diagnóstico. Um aumento progressivo da concentração de creatinina indica insuficiência renal aguda.
Durante o exame físico, o médico avalia os rins para determinar se ocorreu um aumento no tamanho desses órgãos ou se eles são dolorosos à palpação. A estenose (estreitamento) da artéria principal que irriga um rim pode produzir um ruído como de uma corrente (sopro), o qual pode ser auscultado com o auxílio de um estetoscópio colocado na altura dos rins.
Quando é detectado um aumento da bexiga, o médico pode passar uma sonda para verificar se ela contém um excesso de urina. Sobretudo nos homens idosos, o fluxo urinário normalmente é obstruído ao nível da saída da bexiga (a abertura da bexiga para a uretra). Conseqüentemente, a bexiga dilata e a urina reflui, lesando os rins. Quando existe a suspeita de uma obstrução, o médico realiza um exame retal e um exame ginecológico para verificar se uma massa em uma dessas regiões pode estar causando a obstrução.
Os exames laboratoriais podem ajudar a indicar com maior precisão a causa e o grau da insuficiência renal. Primeiramente, a urina é minuciosamente examinada. Quando a insuficiência renal é causada por um suprimento sangüíneo inadequado ou por uma obstrução urinária, a urina geralmente parece normal. No entanto, quando a causa da insuficiência é um problema intrarenal, a urina pode conter sangue ou aglomerados de eritrócitos ou de leucócitos. Além disso, a urina pode conter grande quantidade de proteínas ou tipos de proteínas que não estão normalmente presentes.
Comumente, os exames de sangue revelam concentrações anormalmente elevadas de uréia e de creatinina e desequilíbrios metabólicos como, por exemplo, uma acidez anormal (acidose), uma concentração elevada de potássio (hipercalemia) e uma concentração baixa de sódio (hiponatremia).

Os exames de diagnóstico por imagem (p.ex., ultra-sonografia e a tomografia computadorizada) dos rins são úteis. Radiografias das artérias ou veias renais (angiografias) podem ser realizadas quando a causa suspeita é a obstrução de vasos sangüíneos. A ressonância magnética (RM) pode ser realizada quando o uso de contraste (substância radiopaca) é muito perigoso. Quando esses estudos não revelam a causa da insuficiência renal, pode ser necessária a realização de uma biópsia.


4.6 Tratamento

A insuficiência renal aguda e suas complicações imediatas podem freqüentemente ser tratadas com sucesso. A taxa de sobrevida varia de menos de 50% para os indivíduos com falência de múltiplos órgãos a aproximadamente 90% dos indivíduos com diminuição do suprimento aos rins devido a uma perda líquida do organismo decorrente de um sangramento, de vômitos ou de uma diarréia.
(...) O consumo de água deve ser limitado à reposição do volume perdido pelo organismo. O peso corpóreo é controlado diariamente, para monitorizar o consumo de água. Um ganho de peso de um dia para outro significa que o indivíduo está consumindo líquido em excesso. Além dos nutrientes com glicose e com carboidratos altamente concentrados, certos aminoácidos (componentes constituintes das proteínas) são administrados pela via oral ou intravenosa para manutenção de concentrações adequadas de proteínas. O consumo de substâncias eliminadas pelos rins deve ser rigorosamente limitado, incluindo muitos medicamentos (p.ex., digoxina e certos antibióticos). Como os antiácidos que contêm alumínio ligam o fósforo nos intestinos, esses medicamentos podem ser administrados para evitar o aumento excessivo da concentração sérica de fósforo. Algumas vezes, o sulfonato de poliestireno sódico é administrado pela via oral ou retal para tratar a concentração elevada de potássio no sangue.
A insuficiência renal pode ser tão grave a ponto de exigir a diálise, para evitar lesões graves de outros órgãos e para controlar os sintomas. Nesses casos, a diálise é iniciada assim que possível após o estabelecimento do diagnóstico. A diálise pode ser necessária apenas temporariamente como ajuda até os rins recuperarem a sua função, o que normalmente pode levar alguns dias ou algumas semanas. Por outro lado, quando os rins encontram-se muito lesados e a sua recuperação é impossível, a diálise pode ser necessária indefinidamente, exceto se for realizado um transplante renal.
Conclusão
A principal função do sistema renal é auxiliar na homeostase controlando a composição e o volume do sangue. Este controle é realizado removendo ou restaurando quantidades selecionadas de água e solutos.
A insuficiência renal aguda (IRA) é caracterizada pela perda de capacidade dos rins em eliminar água, concentrar urina, conservar eletrólitos e manter o equilíbrio hidroelectrolítico, sendo um problema clínico freqüente.

Por isso é de suma importância obter conhecimento que possibilite ao profissional de saúde, através de uma analise critica/cientifica reconhecer os sinais e sintomas da IRA, bem como suas classificações

Visto que o diabetes e a hipertensão são fatores de risco para o desenvolvimento da IRA, faz-se necessário que o profissional de saúde, principalmente os envolvidos no atendimento da atenção básica, reconheça o seu papel como educador no processo e orientem os pacientes a terem hábitos de vida saudáveis. É preciso conscientizá-los quanto à importância em controlar a pressão arterial através de uma dieta com pouco sal e tomar o remédio anti-hipertensivo conforme a prescrição médica; controlar o diabetes pelo freqüente monitoramento do nível de açúcar no sangue, seguindo a dieta orientada e tomando a insulina ou medicamento oral, se necessário, conforme prescrito pelo médico; praticar exercícios regularmente (quando liberado pelo médico).

Contudo é primordial a promoção em saúde, buscando evitar complicações através da educação e orientação.
Referencial teórico
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ALTMAN, Lawrence K. et al. MANUAL MERCK - 2. Apêndices: II. Exames Laboratoriais e de Diagnóstico Comuns, 1995. Disponível em: http://www.msd-brazil.com/msd43/m_manual/apend_II.htm..

ALTMAN, Lawrence K. et al. MANUAL MERCK - 3. Seção 12 - Distúrbios da Nutrição e do Metabolismo Capítulo 137 - Equilíbrio dos Sais Apêndices, 1995. Disponível em: http://www.msd-brazil.com/msd43/m_manual/mm_sec12_137.htm.

COELHO, Tiago H.. Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. Fisiologia Renal. Disponível em: http://fisiologia.med.up.pt/Textos_Apoio/renal/texto%20renal.pdf.

COSTA, José A. C. et al. Insuficiência Renal Aguda na Terapia Intensiva. Medicina, Ribeirão Preto - 31: 532-551, out./dez. 1998. Disponível em: http://www.fmrp.usp.br/revista/1998/vol31n4/insuficiencia_renal_aguda_terapia_intensiva.pdf.

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DANGELO, José Geraldo; FANTTINI, Carlo Américo. Anatomia humana sistêmica e segmentar. 2º ed.. São Paulo: ed. Atheneu, 2003.
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26 agosto 2011

HANSENIASE tem CURA – com diagnostico precose e tratamento.

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A hanseníase parece ser uma das mais antigas doenças que acomete o homem. As referências mais remotas datam de 600 a.C. e procede da Ásia, que, juntamente com a África, podem ser consideradas o berço da doença.

A Hanseníase apresenta tendência de estabilização dos coeficientes de detecção no Brasil, mas ainda em patamares muito altos nas regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste. Essas regiões concentram 53,5% dos casos detectados em apenas 17,5% da população brasileira.

Um dos indicadores epidemiológicos mais importantes em termos da sinalização de dinâmica de transmissão recente é a ocorrência de casos em menores de 15 anos de idade.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) em todo o mundo 249.007 casos novos foram diagnosticados em 2008. O Brasil contribuiu com 39.047 (15,7%) desses casos, de acordo com os dados oficiais do Ministério da Saúde (MS).

É uma doença infecto-contagiosa, que passa de uma pessoa doente, que não esteja em tratamento, para outra. Possue evolução lenta, demora de 2 a 7 anos, em geral, para aparecerem os primeiros sintomas. Apresenta sinais e sintomas dermatoneurológicos: lesões na pele e nos nervos periféricos, principalmente nos olhos, mãos e pés.
Pode atingir criança, adultos e idosos de todas as classes sociais, desde que tenham um contato intenso e prolongado com bacilo.
Um dos primeiros efeitos da hanseniase, devido ao acometimento dos nervos, é a supressão da sensação térmica, ou seja, a incapacidade de diferenciar entre o frio e o quente no local afetado. Mais tardiamente pode evoluir para diminuição da sensação de dor no local.
Agente etiológico - A hanseníase é causada pelo Mycobacterium leprae, ou bacilo Hansen. É um parasita intracelular obrigatório, com afinidade por células cutâneas e por células dos nervos periféricos.


O M. leprae tem alta infectividade e baixa patogenicidade, ou seja, muitas pessoas são infectadas, no entanto poucas adoecem.


Reservatório - O ser humano é reconhecido como a única fonte de infecção, embora tenham sido identificados animais naturalmente infectados – o tatu, o macaco mangabei e o chimpanzé. Os doentes com muitos bacilos (multibacilares-MB) sem tratamento – hanseníase virchowiana e hanseníase dimorfa – são capazes de eliminar grande quantidade de bacilos para o meio exterior (carga bacilar de cerca de 10 milhões de bacilos presentes na mucosa nasal).
Modo de transmissão - Contato íntimo e prolongado de indivíduos susceptíveis com pacientes bacilíferos não tratados. A mais provável porta de entrada no organismo são as vias aéreas superiores, o trato respiratório. Como o período de incubação é longo, os sintomas, após a contaminação, podem demorar meses, 5 anos ou mais para aparecer, possui um período de multiplicação longo.


Sinais e sintomas dermatológicos - Manifesta-se através de lesões de pele que apresentam com diminuição ou ausência de sensibilidade. A sensibilidade nas lesões pode estar diminuída (hipoestesia) ou ausente (anestesia), raro, mas também haver aumento da sensibilidade (hiperestesia). As lesões podem estar localizadas em qualquer região do corpo, mucosa nasal, cavidade oral. Locais mais comuns: face, orelhas, nádegas, braços, pernas e costas. A alteração de sensibilidade é uma característica que diferencia das lesões de pele provocadas por outras doenças dermatológicas.


Sinais e sintomas neurológicos - Dor e espessamento dos nervos periféricos. Perda de sensibilidade nas áreas inervada por esses nervos, principalmente nos olhos, mãos e pés. Perda de força nos músculos inervados por esses nervos, principalmente nas pálpebras e nos membros superiores e inferiores. Neurite um processo agudo com dor intensa e edema.

As formas de manifestação clínica da hanseníase são quatro: indeterminada, tuberculoide, virchowiana e dimorfa (classificação de Madri). A partir da forma indeterminada, a hanseníase pode evoluir para as demais formas clínicas.

Forma indeterminada - Áreas de hipo ou anestesia, manchas hipocrômicas (manchas claras), com ou sem diminuição da sudorese e rarefação de pelos. Não há comprometimento de nervos.
Baciloscopia: negativa.

Forma tuberculoide - Placas eritematosas (manchas vermelhas) eritemato-hipocrômicas, bem definidas, hipo ou anestésicas, comprometimento de nervo.
Baciloscopia: Negativa.

Forma virchowiana - Eritema e infiltração difusa, placas eritematosas infiltradas e de bordas mal definidas, tubérculos e nódulos com alteração de sensibilidade. Esta forma constitui uma doença sistêmica com manifestações mucosas e viscerais importantes, especialmente nos episódios reacionais, onde olhos, testículos e rins, entre outras estruturas, podem ser afetados.
Baciloscopia: Positiva (basilos abundantes)

Forma dimorfa - clinicamente oscila entre as manifestações da forma tuberculoide e as da forma virchowiana. Pode apresentar lesões de pele, bem delimitadas, com pouco ou nenhum bacilo, e lesões infiltrativas mal delimitadas, com muitos bacilos. Uma mesma lesão pode apresentar borda interna nítida e externa difusa. O comprometimento de nervos e os episódios reacionais são frequentes, podendo esse paciente desenvolver incapacidades e deformidades físicas.

Baciloscopia : Positiva (bacilos raros ) ou Negativa.

Diagnostico – O diagnóstico de caso de hanseníase é essencialmente clínico e epidemiológico, e é realizado por meio da análise da história e das condições de vida do paciente, do exame dermatoneurológico para identificar lesões ou áreas de pele com alteração de sensibilidade e/ou comprometimento de nervos periféricos (sensitivo, motor e/ou autonômico).

Em crianças, o diagnóstico da hanseníase exige exame criterioso, diante da dificuldade de aplicação e interpretação dos testes de sensibilidade. Recomenda-se aplicar o Protocolo Complementar de Investigação Diagnóstica de Casos de Hanseníase em Menores de 15 anos - PCID < 15, conforme Guia de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde, 2009 (Anexo II).

A classificação operacional do caso de hanseníase, visando definir o esquema de tratamento com poliquimioterapia é baseada no número de lesões cutâneas, de acordo com os seguintes critérios:

PAUCIBACILAR (PB) - casos com até cinco lesões de pele; e MULTIBACILAR (MB) - casos com mais de cinco lesões de pele.

A baciloscopia de pele (esfregaço intradérmico), sempre que disponível, deve ser utilizada como exame complementar para a classificação dos casos como PB ou MB.
A baciloscopia positiva classifica o caso como MB, independentemente do número de lesões. Observe-se que o resultado negativo da baciloscopia não exclui o diagnóstico de hanseníase.

Tratamento - O tratamento da hanseníase é ambulatorial, utilizando-se os esquemas terapêuticos padronizados de acordo com a classificação operacional. Sendo: Paucibacilares: rifampicina, dapsona; Multibacilares: rifampicina, dapsona e clofazimina.
O tratamento é um direito de todo cidadão e está disponível gratuitamente em todas as unidades de saúde SUS.


Vacina BCG - Aplicação da vacina BCG-ID nos contatos intradomiciliares, sem presença de sinais e sintomas de hanseníase no momento da avaliação, independentemente de serem PB ou MB, depende da historia vacinal, com as seguintes recomendações:
Sem cicatriz – prescrever uma dose.
Com uma cicatriz de BCG – prescrever uma dose.
Com duas cicatrizes de BCG – Não prescrever dose.

Prevenção de incapacidades - A prevenção de incapacidades é uma atividade que se inicia com o diagnóstico precoce, tratamento com PQT, exame dos contatos e BCG, identificação e tratamento adequado das reações e neurites e a orientação de autocuidado, bem como dar apoio emocional e social. A avaliação neurológica, classificação do grau de incapacidade, aplicação de técnicas de prevenção e a orientação para o autocuidado são procedimentos que precisam ser realizados nas unidades de saúde.


Estas medidas são necessárias para evitar seqüelas, tais como: úlceras, perda da força muscular e deformidades (mãos em garra, pé caído, lagoftalmo). Recomendam-se o encaminhamento às unidades de referencia os casos que não puderem ser resolvidas nas unidades básicas.
Indivíduos após 15 dias de tratamento ou já curados não transmitem mais a doença.
Indenização às vítimas no Brasil.


De acordo com o decreto federal 6.168, de 24 de julho de 2007, os pacientes internados compulsoriamente e isolados em hospitais colônias de todo o país, até o ano de 1986, terão direito à pensão vitalícia mensal no valor de 750 reais. Para receber o benefício, os pacientes precisam apresentar documentos que comprovem a internação compulsória e preencher um requerimento de pensão especial. O recurso será pago pelo INSS.


CONCLUSÃO
A hanseníase é fácil de diagnosticar, tratar e tem cura, no entanto, quando diagnosticada e tratada tardiamente pode trazer graves conseqüências para os portadores pelas lesões que os incapacitam fisicamente. O tratamento é longo e deve ser seguido conforme orientações médicas, pois o abandono pode resultar em reinicio do tratamento ou complicações incapacitantes.
O tratamento é um direito de todo cidadão e está disponível gratuitamente em todas as unidades de saúde do SUS.

REFERENCIAS


BRASIL. Hanseníase – CID 10:30A. Disponível em: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/gve_7ed_web_atual_hanseniase.pdf
BRASIL. DECRETO Nº 6.168, DE 24 DE JULHO DE 2007. Brasília, 2007. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Decreto/D6168.htm.
MINISTÉRIO DA SAUDE. PORTARIA Nº 3.125, DE 7 DE OUTUBRO DE 2010. Brasília, 2009. Disponível em: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/portaria_n_3125_hanseniase_2010.pdf.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Guia de procedimentos técnicos em Hanseníase Baciloscopia. Brasília, 2010. Disponível Em: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/guia_hanseniase_10_0039_m_final.pdf

MINISTÉRIO DA SAUDE. Vigilância em Saúde: situação epidemiológica da hanseníase no Brasil. Brasília, 2008. disponível em: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/boletim_novembro.pdf

24 agosto 2011

ENDOMETRIOSE TORÁCICA – DOENÇA RARA E DE DIFICIL DIAGNOSTICO

As mulheres portadoras de endometriose muitas vezes são tristes, cansadas, deprimidas e isso devido ao quadro doloroso e crônico que muitas vezes não respondem a analgésicos comuns o que obriga a procurar ajuda sistematicamente para terem suas dores atenuadas. As dores podem ocorrer antes ou durante o período mestrual. Ela surge de repente, trazendo transtorno fisico, psíquico para a paciente. Aproximadamente 20% das mulheres tem apenas dor, 60% tem dor e 20% pode sentir dor tipo cólica mestrual intensa, dor abdominal durante a prática sexual.
Em geral, a endometriose costuma afetar só o revestimento da cavidade abdominal ou a superfície dos órgãos abdominais. O tecido endometrial que cresce fora do lugar (implante endometrial) muitas vezes desenvolve-se sobre os ovários e os ligamentos que sustentam o útero. Com menos frequência, pode fazê-lo na superfície externa dos intestinos delgado e grosso, nos ureteres (canais que vão desde os rins até a bexiga urinária), na bexiga, na vagina, nas cicatrizes cirúrgicas presentes no abdômen ou no revestimento interno da parede torácica (pleura). Em casos muito raros, pode ser encontrado tecido endometrial nos pulmões. (COSTA, 2008)
As queixas mais freqüentes entre as portadoras de endometriose são: dismenorréia (cólicas), dor pélvica crônica, esterilidade, irregularidade menstrual e dispareunia (dor durante a relação sexual). Alterações urinárias e intestinais cíclicas também são encontradas, como dor à evacuação, diarréia, disúria perimenstrual (dor durante a micção no período menstrual), poliáciúria (aumento da freqüência miccional), urgência miccional e hematúria (emissão de sangue através da uretra, acompanhado ou não pela urina). A endometriose lidera as causas de infertilidade entre mulheres acima dos 25 anos, sendo possível que aproximadamente 30 a 40% das mulheres inférteis tenham algum grau de endometriose. (MULLER; MATTA, 2006)

A patogênese da endometriose tem sido explicada por diversas teorias que apontam para a multicausalidade, associando fatores genéticos, anormalidades imunológicas e disfunção endometrial. (BRASIL, 2010).

A teoria mais aceita para explicar o desenvolvimento da endometriose é a teoria da implanta¬ção, descrita por Sampson, em 1927. De acordo com este autor, ocorreria o refluxo de tecido endometrial através das trompas de falópio durante a menstruação, com subseqüente implantação e crescimento no peritônio e ovário. Um estudo recente, confirmando a teoria de Sampson, verificou que a distribuição dos implantes endometrióticos é assimétrica e relacionada tanto com a anatomia abdo¬minopélvica quanto com o fluxo do líquido peritoneal. Um dos aspectos discutidos a respeito dessa teoria é que, embora 70 a 90% das mulheres apresentem menstruação retrógrada, apenas uma minoria irá desenvolver a doença. Isso sugere que outros fatores – genéticos, hormonais ou ambientais – poderiam determinar uma maior suscetibi¬lidade para desenvolver a doença. A expressão aumentada de genes envolvidos com o mecanismo de apoptose celular, como o c-fos, por exemplo, pode aumentar a sobrevida dessas células dentro da cavidade peritoneal que, intera¬gindo com moléculas de adesão, irão se aderir à superfície peritoneal. A presença de quantidades elevadas de macrófagos no líquido peritoneal pode também estar associada à secreção de diversas citocinas, fatores de crescimento e de angiogênese, que culminarão na implantação e invasão desse tecido endometrial ectópico. (NACUL; SPRITZER, 2010)

Endometriose torácica, segundo COSTA, 2008

A endometriose torácica é definida pela presença de tecido endometrial no pulmão ou pleura, e é caracterizada por hemoptise cíclico ou hemotórax ou pneumotórax recorrentes ocorrendo com a menstruação. Sendo uma entidade clínica rara, nem sempre é considerada no diagnóstico diferencial quando estes sintomas são avaliados. Os exames realizados durante o trabalho de diagnóstico freqüentemente mostram alterações inespecíficas, porém um diagnóstico presuntivo pode ser feito com base na história clínica típica. A chave para o diagnóstico são os sintomas catamenial/menstruação, portanto, uma história clínica minuciosa é essencial para alcançar prontamente o diagnóstico correto.

Manifestações clínicas

A endometriose torácica manifesta -se clinicamente por sintomas de ocorrência cíclica geralmente nos dois primeiros dias da menstruação.
Afeta mais frequentemente a pleura e o tecido pulmonar subpleural, manifestando-se como pneumotorax e hemotorax catameniais (73% e 14% dos casos, respectivamente). O pneumotorax associado à endometriose estima-se que represente 2,8 a 5,6% de todos os pneumotorax espontâneos nas mulheres. Mais raramente, a doença ocorre exclusivamente a nível intrapulmonar, manifestando-se por hemoptises catameniais (7% dos casos) ou nódulos pulmonares assintomáticos (6%). A dor torácica e frequente, afetando 90% das doentes. A dispnéia e mais rara, sendo referida apenas num terço dos casos.
A incidência das lesões pleurais e parenquimatosas, apesar de poderem ocorrer bilateralmente, parece serem mais frequentes do lado direito.

Diagnóstico diferencial
Antes de assumir o diagnostico de endometriose torácica, deverão ser excluídas algumas patologias com sintomas semelhantes. Para a endometriose pulmonar, o diagnostico diferencial deve ser feito com patologias que causem hemoptises recorrentes, nomeadamente tuberculose, bronquiectasias, neoplasias e síndrome de Goodpasture.
O diagnostico diferencial do pneumotórax inclui o pneumotórax espontâneo primário, o pneumotórax espontâneo secundário por outras etiologias e o pneumotórax por traumatismo.
Chama-se, no entanto, a atenção para o fato de o pneumotórax catamenial poder ocorrer sem estar associado à endometriose, sendo presumivelmente causado pela passagem de ar do trato genital feminino para o peritônio e dai para o tórax através dos defeitos congênitos na hemicupula diafragmática direita.

Diagnóstico
A chave para o diagnostico desta patologia e o caráter catamenial dos sintomas. Deve suspeitar-se de endometriose torácica em mulheres em idade fértil que surgem com um quadro clinico de episódios recorrentes de dor torácica, pneumotórax, hemotórax ou hemoptises coincidentes com a menstruação.
A confirmação diagnostica e geralmente difícil de obter (menos de um terço dos casos).
Pode ser feita pela demonstração histológica de tecido endometrial a nível pulmonar ou pleural ou pela demonstração citológica de células endometriais no liquido pleural, no aspirado de massas/nódulos pulmonares ou no lavado brônquico/bronco alveolar.
Os restantes dos exames complementares de diagnostico são com freqüência inconclusiva. Assim, o diagnostico e geralmente presuntivo e baseado nas características clinicas clássicas, sendo frequentemente atrasado pela ausência de reconhecimento da associação dos sintomas com a menstruação.


Os exames laboratoriais geralmente não revelam alterações, podendo, no entanto existir uma elevação dos níveis séricos do marcador tumoral CA125. Os exames radiológicos podem mostrar alterações que variam de forma e tamanho com o ciclo menstrual. Na forma pulmonar, o Rx tórax e na grande maioria dos casos normal, embora raramente possam surgir nódulos solitários ou múltiplos que mudam de tamanho de forma cíclica.

Tratamento

O tratamento da endometriose torácica tem como objetivo suprimir o tecido endometrial e prevenir a sua disseminação. A escolha do tipo de tratamento a administrar deve ter em consideração a idade da doente, o desejo futuro de engravidar, a freqüência de recorrência e a gravidade dos sintomas. O tratamento médico, quando eficaz, apóia o diagnostico clinico de endometriose sempre que o diagnostico histológico não e possível.
Para a endometriose pulmonar, o tratamento médico e considerado a terapêutica de primeira linha. Baseia-se na supressão do tecido endometrial ectópico através da interrupção da secreção de estrogênios pelos ovários.

O tratamento cirúrgico constitui uma medida terapêutica definitiva e deve ser considerado perante a falência do tratamento medico a existência de efeitos secundários graves do tratamento, a recorrência apos suspensão da terapêutica hormonal ou se a doente desejar engravidar.

Tratamento hormonal e cirurgia são os dois pilares da terapia para esta patologia.


Referencias

BRASIL. Portaria SAS/MS no 144, de 31 de março de 2010. Endometriose. Disponível em: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/pcdt_endometriose_livro_2010.pdf.

COSTA, Filipa e MATOS, Fernando. Endometriose torácica. Rev Port Pneumol. [online]. jun. 2008, vol.14, no.3 [citado 22 Agosto 2011], p.427-435. Disponível na World Wide Web: . ISSN 0873-2159.

MULLER, Marisa C; MATTA, Adriana Z.. Uma análise qualitativa da convivência da mulher com sua endometriose. Scielo - PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2006, 7 (1), 57-72. Disponível em: http://www.scielo.oces.mctes.pt/pdf/psd/v7n1/v7n1a04.pdf.

NACUL, Andrea P.; SPRITZER, Poli M.. Aspectos atuais do diagnóstico e tratamento da endometriose. Rev Bras Ginecol Obstet. 2010; 32(6):298-307. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbgo/v32n6/v32n6a08.pdf

20 agosto 2011

PSICOPATAS ou portadores de transtorno de personalidade antissocial

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Muitos têm acompanhado o personagem Leonardo interpretado pelo ator Gabriel Nunes Braga, na novela Insensato Coração e se perguntado: Será que existe “gente” assim?

A palavra psicopata literalmente significa doença da mente, no entanto, em termos médico-psiquiatricos, a psicopatia não se encaixa na visão tradicional das doenças mentais. Estes indivíduos não são considerados loucos e nem tão pouco sofrem de delírios ou alucinações.

Seus atos criminosos não provem de mentes adoecidas, mas sim de um raciocínio frio e calculista combinado com uma total incapacidade de tratar as outras pessoas como seres humanos pensantes e com sentimento.

Segundo Ana Beatriz autora do livro mentes perigosas, o maior engano cometido pelas pessoas é sempre pensar no psicopata como sendo um sujeito cara de pau, truculento, pinta de assassino. Os psicopatas enganam e representam muito bem. Diga de passagem o personagem Léo da novela Insensato Coração interpreta muito bem o seu papel. Os talentos teatrais e o poder de convencimento dos psicopatas são tão impressionantes que chegam a usar as pessoas com a única intenção de atingir seus sórdidos objetivos, doa a quem doer.

Esses vampiros com aparência humana estão por toda a parte. São homens, mulheres, de qualquer raça, credo ou nível social. Trabalham, estudam, fazem carreiras, se casam, tem filhos, mas definitivamente não são pessoas do bem.

Podemos encontrá-los disfarçados de religiosos, bons políticos, bons amantes, bons amigos. Mas eles visam apenas o beneficio próprio, almejam o poder e o status, são mentirosos contumazes, parasitas, chefes tiranos, pedófilos, lideres natos da maldade.

É importante ressaltar que os psicopatas possuem níveis variados de gravidade: leve, moderado e grave. Os primeiros dedicam-se a trapacear, aplicar golpes e pequenos roubos. Já o ultimo, colocam verdadeiramente a mão na massa, com métodos cruéis sofisticados, e sentem um enorme prazer com seus atos brutais. Mas não se iludam! Qualquer que seja o grau de gravidade, todos, deixam marcas de destruição por onde passam, sem piedade.

A parte racional ou cognitiva dos psicopatas é perfeita e integra, por isso sabem perfeitamente o que estão fazendo. Os sentimentos, porem, são absolutamente deficitários, pobres, ausentes de afeto e de profundidade emocional.

Eles vivem entre nós, parecem fisicamente conosco, mas são desprovidos deste sentimento tão especial: a consciência. A consciência é um atributo que transita entre a razão e a sensibilidade. A consciência genuína nos impulsiona a ir ao encontro do outro, colocando-nos em seu lugar e entendendo a sua dor.

Os psicopatas se alimentam de suas verdades absolutas. Não duvidam nem questionam seus comportamentos. Não se colocam no lugar do outro.

Segundo a classificação americana de transtornos mentais (DSM-IV-TR), a prevalência geral do transtorno da personalidade antissocial ou psicopatia é cerca de 3% em homens e 1% em mulheres, em amostras comunitárias (aqueles que vivem entre nós).

A boa noticia é que quase 96% das pessoas são consideradas possuidoras de uma base razoável de decência e responsabilidade.

Realmente uma boa noticia. Mas se a maioria da população mundial e relativamente boa, por que o mundo parece tão assustador? O fato é que os psicopatas representam a minoria da população mundial, porem são responsáveis por um grande rastro de destruição.

Psicopatia - aspectos ligados aos sentimentos e relacionamentos interpessoais:

Superficialidade e eloqüência;

Egocentrismo e megalomania;

Ausência de sentimento de culpa;

Ausência de empatia (colocar-se no lugar do outro);

Mentiras, trapaças e manipulação;

Pobreza de emoções;

Psicopatia – aspectos referentes ao estilo de vida e comportamento antissocial (transgressor):

Impulsividade;

Autocontrole deficiente;

Necessidade de excitação;

Falta de responsabilidade;

Problemas comportamentais precoces;

Comportamento transgressor no adulto.


A psicopatia não tem cura, é um transtorno da personalidade e não uma fase de alterações comportamentais momentâneas. Porém temos que ter sempre em mente que tal transtorno apresenta formas e graus diversos de se manifestar e que somente os casos mais graves apresentam barreiras de convivência intransponíveis. Segundo o DSM-IV-TR, a psicopatia tem curso crônico, no entanto pode torna-se menos evidente à medida que o individuo envelhece, particularmente a partir dos 40 anos de idade.


Fonte: SILVA, Ana Beatriz B.. Mentes perigosas: o psicopata mora ao lado. Ed. De bolso – Rio de Janeiro: Objetiva, 2010.

11 agosto 2011

ESTATUTO DO IDOSO - Lei nº 10741, de 01 de outubro de 2003

A Lei 10.741/03 vem reiterar o entendimento das sociedades civilizadas de que os seus idosos têm que ser tratados de forma especial, e os direitos e as garantias, que o indivíduo tem, hão de ser estendidos para melhor proteger aqueles que já contribuíram para o desenvolvimento do Brasil. O idoso tem que ser amparado pela família, pela sociedade e pelo Estado. O idoso, apesar de maior vulnerabilidade, ainda tem potencial para contribuir de alguma forma com a sociedade.

Dados do IBGE, 2000 estimam que até 2025, o Brasil será o sexto país do mundo com o maior número de pessoas idosas. Daí o alerta, ao governo brasileiro, para a necessidade de se criar, o mais rápido possível, políticas sociais que preparem a sociedade para essa realidade.

A Constituição de 1988, no entanto, deixou clara a preocupação e atenção que deve ser dispensada ao assunto, quando colocou em seu texto a questão do idoso, art.229 e 230. Foi o pontapé inicial para a definição da Política Nacional do Idoso, que traçou os direitos desse público e as linhas de ação setorial.

A Constituição Federal é clara em seu art.196, quando afirma que “A SAÚDE É DIREITO DE TODOS E DEVER DO ESTADO’, garantindo mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doenças e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para a sua promoção, proteção e recuperação.

Definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como o completo bem-estar físico, mental e social, e não somente a ausência de doença, a saúde é o bem mais importante de qualquer ser humano. De acordo com o Estatuto, cabe ao Estado assegurar a atenção integral à saúde do idoso por intermédio do Sistema Único de Saúde - SUS.
Mas a "atenção integral à saúde" prometida pelo Estatuto é um processo maior e mais complexo do que o atendimento deficiente atualmente prestado pelo SUS.
O SUS é inoperante e ineficiente diante do Estatuto: direitos são desrespeitados; falta atendimento domiciliar; faltam recursos e medicamentos, faltam instalações físicas e equipamentos adequados, etc.

É necessário acelerar a criação das unidades de referência por regiões, com equipes especializadas para atendimento de qualidade ao idoso e com destaque à humanização dos serviços de saúde. Essas unidades também deveriam estar abertas aos grupos de idosos para desenvolver também atividades culturais, sociais e outras.

Em relação ao que se refere ao lazer, à cultura e ao esporte, nas grandes cidades, em geral, respeita-se o direito ao ingresso com desconto e já há um mercado de turismo, espetáculos e outras atividades posicionadas para os idosos. Mas é preciso destacar que a maioria, vivendo com os parcos recursos de suas aposentadorias e pensões, não têm acesso à maior parte dessas atividades.

As campanhas de vacinação de idosos, em todo o Brasil, devem ser programadas segundo o ciclo climático de cada região. É necessário cumprir, de forma simples e desburocratizada, o disposto no Art. 15 §2 do Estatuto, que determina o fornecimento gratuito de medicamentos, especialmente os de uso continuado, próteses, órteses e outros recursos necessários ao tratamento, habilitação e reabilitação.

É fundamental fazer valer o disposto no Art. 15, §2, que veda a discriminação do idoso nos planos de saúde através da "cobrança de valores diferenciados em razão da idade", que, no entanto, mesmo sendo lei, é desrespeitada pelas empresas de plano de saúde. E ainda é preciso incluir, no estatuto, a proibição do aumento abusivo dos planos.

Na área da educação, porém o quadro é mais grave, falta o conhecimento das condições sociais do envelhecimento, programas educacionais específicos para os idosos e não há propostas objetivas em relação à inserção do idoso nos diversos níveis do ensino formal.
O Brasil tem um grande número de idosos analfabetos e é necessário que sejam criados mais cursos de alfabetização especialmente dirigidos a essa grande parcela da população idosa.

Segundo o IBGE, em levantamento realizado em 2008, mais da metade dos idosos das áreas rurais não tinham instrução ou tinham menos de um ano de estudo. E ainda, que, a proporção de idosos de 60 anos ou mais sem instrução ou com menos de 1 ano de estudo, em 2007, era de 32,2% no país, sendo de 27,5% no total das áreas urbanas e 55% entre os idosos moradores de áreas rurais.

Embora o Estatuto garanta o direito à profissionalização e ao trabalho e vede a discriminação em virtude da idade, inclusive em concurso público, ainda, persiste a exclusão de idosos no mercado de trabalho.

Por isso o Estado deve criar serviços de informação, cadastramento e recolocação profissional específicos para idosos. Também é fundamental a mobilização e a pressão para que sejam criados incentivos fiscais que beneficiem as empresas que empregam idosos, como estímulo à ampliação do mercado de trabalho para os maiores de 60 anos de idade.

O índice de envelhecimento aponta para mudanças na estrutura etária da população brasileira, em 2008, para cada grupo de 100 crianças de 0 a 14 anos existiam 24,7 idosos de 65 anos ou mais. Em 2050, estima-se que, o quadro mude; para cada 100 crianças de 0 a 14 anos existirão 172, 7 idosos.

Caso o governo não tome providencias urgentes, o crescente aumento da população idosa causara a derrocada da previdência social. Por isso o sistema previdenciário brasileiro é um verdadeiro pesadelo para os trabalhadores, aposentados e pensionistas.

Além disso, ao contrário do que a Constituição e a Lei de Benefícios dispõem não se aplica a política de reajuste que garanta a manutenção do valor real dos salários iniciais, já defasados em relação à renda do emprego. Isto provoca o empobrecimento progressivo dos aposentados e pensionistas e, por sua vez, gera a perda da autoestima, o desrespeito familiar e social e a diminuição da qualidade de vida.

Segundo o Estatuto, a assistência social aos idosos será prestada de forma articulada conforme os princípios e diretrizes da LOAS - Lei Orgânica de Assistência Social , na Política Nacional do Idoso e no Sistema Único de Assistência Social. A lei reduz de 67 para 65 anos a idade mínima para a obtenção do BPC - Benefício de Prestação Continuada, condicionada ao limite de renda per capita no valor de 1/4 do salário mínimo; assegura que esse benefício já concedido a qualquer membro da família não será computado no cálculo da renda familiar, estabelecido na LOAS, e dispõe sobre as entidades de longa permanência que têm um importante papel na prestação da assistência social. Ainda assim, há um distanciamento entre o Estatuto e a realidade, que se deve às dificuldades de acesso dos idosos aos recursos e à informação, e ainda à precariedade dos programas e serviços de assistência social.

A lei garante moradia digna ao idoso, no seio da família ou em instituições públicas e privadas; garantem também a prioridade na aquisição e a reserva de 3% das unidades construídas pelos programas habitacionais públicos; a implantação de equipamentos urbanos comunitários e a eliminação de barreiras que dificultem o acesso do idoso e, ainda, critérios de financiamento "compatíveis com os rendimentos de aposentadoria e pensão".

Entretanto, o empobrecimento dos idosos devido, às reduzidas aposentadorias e pensões, vem provocando o crescimento do número de idosos sem teto e sem alternativas dignas de abrigo e moradia. Em 2007, o Brasil tinha 6,7 milhões de pessoas morando sozinhas e 40,8% delas eram idosas.

Apesar da gratuidade dos transportes coletivos urbanos para os idosos ter sido instituída ainda na década de 1980, pela Constituição Federal, muito antes do Estatuto, esta é uma das áreas mais sensíveis no dia-a-dia dos idosos e ainda há muito a ser feito para garantir os direitos que lhes são assegurados em lei. A maior parte das empresas de transportes coletivos (terrestres, aquáticos e aéreos) ainda não cumpre o seu dever de implementar os melhoramentos ergonômicos e de segurança em suas frotas e locais de embarque e desembarque para se adequar às necessidades dos idosos.

É possível, portanto, inferir que o Estatuto é um código de direitos que propõe medidas de proteção e controle social e representa um avanço importante na luta pela afirmação da dignidade da pessoa idosa. Ele cria um sistema jurídico em defesa do idoso, com regras processuais novas, que ampliam a competência dos juizados. E também define uma serie de crimes contra a pessoa idosa e suas respectivas penas (detenção, reclusão e multas), facilitando a atuação do Ministério Público no combate ao desrespeito, ao abuso, aos maus tratos, à agressão, à violência e ao abandono que constituem as principais queixas dos idosos.

Acredita-se que Democracia seja sinônimo de um Estado calcado em uma ordem jurídica democraticamente constituída e que limite o poder do Estado por meio do Direito. Porém, democracia não pode ser compreendida apenas como um processo formal é fundamental o envolvimento e a participação popular no processo democrático. Devemos inicialmente exigir do Estado à formulação de leis e políticas públicas que atendam aos interesses sociais e, num segundo momento, que as conquistas formais sejam de fato efetivadas. O primeiro passo foi dado, temos o respaldo legal, um Estatuto do Idoso. Neste momento, a luta deve ser pela efetivação material desse Estatuto que, passando a ser uma bandeira de todos, contribuirá para que a sociedade brasileira seja de fato respeitada.

Clecilene Carvalho

05 agosto 2011

POLÍTICA NACIONAL DE PROMOÇÃO DA SAÚDE - clique no título


Clecilene Carvalho
Imagens google - óleo sobre tela de Edvard Munch


As políticas nacionais que visam promoção de saúde contêm estratégias inteligentes, capazes de mudar a realidade, dura, do Brasil, tornando possível aos indivíduos terem melhores condições de vida e saúde. Mas infelizmente essas políticas não funcionam, principalmente no setor publico, onde se trata a doença, já evidenciada pelos sintomas.
Desde que houve a conscientização quanto ao novo conceito de saúde, já se fala em promoção de saúde, há muito já se luta por melhores condições de vida, mas infelizmente, no Brasil, as coisas caminham muito devagar, e o que se vê é que para a população, carente, falta o básico.
Acreditamos que o papel do governo não é oferecer cestas básicas, bolsa escola, etc..., mas possibilitar/oferecer e proporcionar educação, estabilidade financeira e investimentos para crescimento interno que permita que o cidadão possa trabalhar e viver dignamente.
Hoje a palavras de ordem é sistematização, humanização, atenção holística, mas nem a atenção básica necessária é dada. Faltam médicos, enfermeiros, materiais, alem disso falta conscientização do governo, da sociedade e dos profissionais de saúde; falta dialogo, interação intersetorial para que juntos possam aplicar políticas de saúde publica que realmente façam à diferença.
A falta de humanidade é explicita, principalmente com a periferia, onde o esgoto fétido corre a céu aberto, onde ratos e crianças dividem o mesmo alimento. Onde o sangue corre pelas ruelas evidenciando a violência crescente.
Prega-se igualdade, equidade, mas o que se vê são uns poucos se beneficiando do dinheiro publico. O que vemos em época de eleições é a construção de praças, operação tapa buraco, obras em pontos estratégicos.
Na maioria das vezes em que o cidadão precisa do sistema de saúde, o que acontece? Encontra as portas fechadas; filas enormes, profissionais mal humorados, por isso muitos voltam para casa, isto quando não morre em algum banco frio a espera de atendimento. E quando atendido e encaminhado para consulta com um especialista, onde a espera chega a durar meses e para muitos o diagnostico chega tardio ou após a morte.
O que aconteceu com o que preconiza a constituição de 1988, onde prega o direito à educação, segurança, saúde, qualidade de vida; só no papel, na bela constituição!
E as drogas que destroem a humanidade, sejam pela toxidade ou pela violência ou pelo psicológico dos pais e familiares afetados por terem que viver presos em suas próprias casas.
O que vemos, hoje, é uma luta enorme para “se ter um lugar ao sol”, para conseguir agendar uma consulta, para conseguir uma boa escola, para fazer valer o direito a uma vida saudável.
Reconhecemos que melhorias estão sendo alçadas, dentre elas o conceito adotado de saúde, a conscientização dos setores envolvidos na saúde da necessidade de promoção e prevenção de doenças, com mudanças efetivas no sentido de produzir saúde. Cabem a cada um, profissionais de saúde, membros do governo ou como cidadãos, promovermos mudanças, trabalhando com ética, responsabilidade, dignidade e respeito, de forma holística, humanitária, divulgando os direitos humanos e promovendo meios de alcança-los.
Contudo, o que falta é trabalhar de forma efetiva com as políticas nacionais de promoção de saúde, em equipe organizada e multisetorial, com participação ativa da comunidade consciente, profissionais de saúde e governo que são os pilares que sustentam a promoção de saúde. Para isto basta conhecer os meios para produzi-la, tornando a cada um de nos educadores e assim cada vez mais um numero maior de pessoas conscientes, a fim de juntos formatem uma corrente. Cidadãos capazes de cuidar de sua própria saúde e da saúde da comunidade, tornando-os conhecedores dos seus direitos, cidadãos unidos tendo voz e força para juntos viverem em um mundo mais igualitário.


VOLTE SEMPRE

Leve-me com vc - Presente da Majoli

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